sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sobre objetivos e resultados...




Chego, ao final desse processo, com a sensação de dever cumprido, cansada, com pés e coração doendo... 
Educar, realmente, não é uma tarefa fácil! Concluo que a Universidade não diz tudo, não faz tudo; ela cumpri, apenas, a parte mais leve: teorizar; deixando de lado, a quem interessar o dever de adequar a prática à teoria. A Universidade deveria oferecer disciplinas sobre o amor, o afeto, a solidariedade; não existe quem ensine ao professor em formação ser um EDUCA-DOR.
Elaborar e executar esse PROJETO DE INTERVENÇÃO fez- me pensar como Dih, uma colega de turma e da vida:
- Fui eu mesma quem fiz isso? É... foi!
Surgiram muitos obstáculos, deixando-me, muitas vezes, passiva, atrasando a execução da intervenção; no entanto, quando iniciei as atividades, tive gás, força e fé.
Diante de tudo, a parte mais difícil e complicada foi conter as lágrimas na hora de dizer “adeus”. Ver os olhos daquelas crianças brilhando e chorando junto aos meus... Foi duro ter de deixar aquele espaço, sem saber quando a vida irá nos unir novamente.
Saio com a certeza de que poderia ter sido melhor, poderia ter me doado mais (eu e essa mania de autocobrança); fui humilde e fiz o possível para: despertar nessas crianças o prazer pela leitura.

A sementinha foi plantada!

Os (as) meninos (as) que “aprenderam a ver”.




Não foi fácil, teve vezes que eu pensei que não iria conseguir.

Foi cansativo, teve vezes que foi preciso respirar fundo.

Foi doloroso, teve vezes que precisei segurar lágrimas.

Mas, acima de tudo, eu cresci.

Nasceu uma educadora.

A cada sorriso de bom dia, boa tarde Pró.

A cada olhar de: "Fica mais um pouquinho".

A cada presente dado com tanto amor.

Amor de criança, de adolescente...

Amanhã, não será uma despedida; mas, um adeus bem breve.

Pois sinto que lá na frente iremos nos reencontrar.

Serão para sempre, os (as) meninos (as) que "aprenderam a ver".

Paloma Saldanha

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Oficina de Produção: Aprender fazendo...


PROPOSTA DA OFICINA: Perceber as etapas de construção de um livro, afim de construir um livro.

METODOLOGIA: Conversei sobre as etapas de elaboração de um livro (redação do texto, revisão, ilustração, acabamento, mostra cultural) e ajudei-os a confeccionar os próprios. 

RECURSOS/MATERIAIS UTILIZADOS: EVA, papel ofício A4, cola branca, grampeador e grampos, tesoura, livros antigos e velhos para recorte de figuras, lápis preto e de cores, hidrocor e giz de cera.

AVALIAÇÃO: Os alunos se mostraram interessados a produzir o livro e alcançaram o objetivo. Uns pintaram seu próprio livro e escreveram; outros recortaram e construíram sua história a partir de outra existente.
Analisei, em minha casa, todas as produções, uma a ama, numa tentativa de perceber algumas representações de figuras e imagens. No final, pontuei com um recado e, no dia posterior, devolvi as produções para todos que estavam lá.

  













quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Oficina de Leitura: Eu leio, tu lês, ele lê...




PROPOSTA DA OFICINA: Despertar o prazer pela leitura, de uma forma lúdica e prazerosa.

METODOLOGIA: Iniciei a atividade falando do universo da leitura, seus efeitos e quem está por trás das cortinas. Logo após folheamos os livros, e cada aluno escolheu o que queria ler, ver/trabalhar.
Disponibilizei alguns minutos para que eles conhecessem o seu livro e logo depois partilhamos a leitura com todos.

RECURSOS/MATERIAIS UTILIZADOS: Livros, dentre eles os gibis, literatura infantil e infanto juvenil.

AVALIAÇÃO: Fiquei bastante surpresa, pois, confesso que não esperava um índice de leitura tão forte e atuante. Eles me mostraram que não só sabem ler, como também tem sede da leitura. Mas, obviamente, alguns alunos se mostraram tímidos e ao instigar percebi que não tinham confiança para ler, uns por estarem em processo de Letramento e outros por timidez.















terça-feira, 7 de agosto de 2012

Oficina de Leitura Visual


CINE PETTI 
UMA FEIRA LIVRE/SENHOR DO BONFIM



O filme Uma Feira Livre, de Nivaldo Oliveira, retrata a rotina de um dia de feira para uma família de Zona Rural, esta, comercializa os produtos plantados e colhidos no campo, compram seus alimentos e vivem a maravilha da feira. 


PROPOSTA DA OFICINA: Despertar o gosto pela leitura, através da leitura visual de um filme regional, produzido e protagonizado por artistas Bonfinenses.

- Identificação dos Personagens
- Identificação do Espaço
- Identificação do Enredo



METODOLOGIA: Após a exibição do filme, pontuei questões pertinentes, como por exemplo:

Onde o filme acontece?
Quem são os personagens do filme?
O que eles fazem?
O que mais chamou atenção?
Se não existisse a feira?
Se não existisse o campo para plantar?


RECURSOS/MATERIAIS UTILIZADOS: Televisão, Aparelho de DVD e o filme.

AVALIAÇÃO: Além de responderem todas as questões oralmente, eles reconheceram no filme pessoas do cotidiano, como por exemplo, Maria Batom, uma “figura” pitoresca Bonfinense. Eles colaboraram bastante, desde a exibição do filme até o momento de reflexão.








Projeto apresentado como pré - requisito para avaliação parcial na disciplina Pesquisa e Estágio em Espaços não formais, sob orientação da docente Ivania Freitas.


LER É VIAJAR PARA ALÉM DO CONHECIMENTO: A LEITURA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DO PETI – PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL.



1.    INTRODUÇÃO

O Brasil enfrenta uma realidade econômica que não contribui para que seja extinta algumas práticas de exploração do trabalho infantil, uma vez que a pobreza e o trabalho precoce de crianças e adolescentes estão relacionados, ainda existe uma quantidade muito grande de crianças que são inseridas em atividades trabalhistas. Na maioria dos casos isto ocorre pela necessidade de ajudar financeiramente a família, já que o comum é que estas famílias sejam geralmente formadas por pessoas de origem humilde e que possuem uma quantidade grande de filhos.

Logo, a instituição escolhida para realização do Estágio em Espaços não formais foi o PETI, localizado em Senhor do Bonfim, no Bairro Bom Jardim. O programa visa prioritariamente à retirada das crianças de variadas formas de exploração do trabalho infantil, as crianças acolhidas pela instituição têm de 07 a 14 anos.

Uma vez que a pobreza e trabalho infantil estão relacionados, o PETI age nas regiões de maior vulnerabilidade social, os pais que tem seus filhos matriculados no PETI recebem um auxilio acrescentado no Programa Bolsa Família, no valor de R$ 25,00 por filho matriculado, respeitando é claro, a frequência feita pela coordenadora.

As crianças ficam na instituição durante o turno matutino ou vespertino, dependendo de qual dos turnos elas estudam. Lá elas têm o acesso ao lazer, alimentação, esporte, auxílio na convivência familiar e reforço escolar, sendo que o último não faz mais parte do planejamento de atividades programadas pelo PETI, mas, uma vez que estas crianças não conseguem esta orientação em casa, a coordenadora ver a necessidade de auxiliá-las nos seus exercícios escolares e mesmo não fazendo parte do planejamento, as crianças acabam levando os seus exercícios escolares para a instituição.

Ressaltando a importância que tem a leitura para o processo de desenvolvimento da criança, esse projeto de intervenção tem como principal objetivo trazer o acesso destas para o mundo da leitura dando-lhe novos caminhos para construção de uma infância rica em conhecimento, para que, mais tarde essas crianças se tornem adultos dotados de conhecimento.


2.    JUSTIFICATIVA

Ao começar a etapa de observação no PETI, podemos perceber que o programa acontece em uma casa, contendo um quarto onde funciona a sala de atividades, a própria sala da casa é onde os alunos ficam na maior parte do tempo e desenvolvem as atividades elaboradas pela coordenadora Ana Cristina Cajuí, através da orientação da educadora Cirlene Nunes dos Santos Coelho, uma cozinha, um banheiro e um quintal grande. Para cuidar da limpeza e alimentação existe uma ajudante de serviços gerais.

Neste espaço o que podemos perceber, foram crianças e adolescentes cheios de vontade, entusiasmo e criatividade, porém os mesmos encontram-se inseridos em um ambiente que não os permitem criar e desenvolver. Lá atualmente estão matriculados 39 alunos, mas, por conta da evasão só aproximadamente 29 frequentam, os alunos se dividem entre o turno matutino e vespertino, todos cursando o Ensino Infantil e Fundamental em escolas estaduais e municipais, na cidade de Senhor do Bonfim.

A leitura e a escrita, no contexto educacional atual, está sendo um dos desafios das escolas. Mas, enquanto estudantes de pedagogia, sabemos que a leitura quando é feita de forma criativa, possibilita prazer e conhecimento. O Projeto de Intervenção se torna viável a partir do momento que pretende incentivar essa atividade de leitura, escrita e produção através de uma forma lúdica e prazerosa.

Acreditamos que o processo de formação de leitores, possibilita a construção de um ser humano crítico e reflexivo, e ao pensar neste projeto de intervenção, percebemos que conscientizar os educandos sobre o ato e ler e escrever possibilitará não só uma transformação na realidade daquele programa, mas também na nossa carreira de estudantes/educadoras.


3.    OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Estimular o prazer pela leitura e escrita das crianças e adolescentes que frequentam o PETI, através de atividades lúdicas.

3.2 Objetivos específicos

ü  Favorecer a liberdade de expressão e pensamento da criança para que as mesmas venham expor suas competências literárias construídas no processo.
ü   Proporcionar a integração, criatividade, desenvolvimento e a prática da leitura e escrita, através de atividades complementares.
ü  Desenvolver a produção textual.
ü  Integrar os alunos nas atividades, finalizando com atividades de exposição de trabalhos e obras realizadas.

4.    FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Erradicar o trabalho infantil é o principal objetivo do PETI, e nesse projeto de intervenção, é através da leitura que pretendemos ajudar nesse processo, pois, para nós, “o trabalho da criança é estudar”.
O educador sabe que não basta só educar para a realidade, é preciso motivar e surpreender. O Projeto em si visa de forma geral abranger as áreas de construção do conhecimento através da leitura/escrita e estará imerso em um clima de descoberta, aventura e desejos, para que só assim os educandos assimilem as informações extra-escolares e sedimentem um conhecimento que não será memorizado, mas se tornará inesquecível.
Quando as crianças ouvem e leêm histórias, passam a ver o mundo de forma mais clara. As histórias remetem aos problemas típicos da infância, como medos, inveja, carinho, curiosidade, dor e perda.
Para Yunes (2003, p. 37), ler significa:

 Uma descoberta, mudar de horizontes, interagir com o real, interpretá-lo, compreendê-lo e decidir sobre ele. Ler é, pois interrogar as palavras, duvidar delas; ampliá-las. Deste contato, desta troca nasce o prazer de conhecer, de imaginar, de inventar a vida. O ato de ler é um ato de sensibilidade e da inteligência, da compreensão e da comunhão com o mundo: expandimos o estar no mundo, alcançamos esferas de conhecimento antes não experimentadas e, no dizer de Aristóteles, nos comovemos e ampliamos a condição humana.

Ao ler um livro, a criança abre às portas da imaginação e traz a história para sua realidade, ela consegue diferenciar elementos presentes na história e trilhar o seu ponto de vista, de um sentido imaturo, mais, sem dúvida isso irá auxiliá-la no processo de desenvolvimento mental, emocional e social. Desta forma, o projeto de intervenção pretende trazer as crianças do PETI para o infinito mundo da leitura, para que elas se tornem adultos que tenham um direcionamento crítico diante dos variados temas sociais e para que nasça o prazer da leitura.

Despertar no educando a capacidade de sonhar e permitir uma construção, um caminho para realização dos seus sonhos é a proposta e a educação com base na leitura é o caminho. É assim que enxergamos uma educação forte e atuante, quando tem a capacidade de criar cidadãos no nosso Brasil, cheios de crianças e adolescentes sonhadores, com vontade, fome e sede de mudanças.

5.    METODOLOGIA

Logo após ser constatada a carência de livros no local (PETI), foi adotada como forma de intervenção a instalação do Espaço de Leitura, para tal confeccionamos uma caixa denominada Projeto de Leitura que foi colocada em um lugar estratégico na UNEB – Universidade do Estado da Bahia/Campus VII, para que os estudantes, professores e funcionários pudessem depositar suas doações de livros, colamos também cartazes no mural da mesma. Sendo assim, o Projeto de Leitura nasce com a arrecadação de livros infantis/infanto-juvenis e os livros arrecadados serão utilizados para a criação do espaço de leitura/biblioteca, a mesma nos possibilitará trabalhar com os alunos de forma lúdica e prazerosa.

A leitura é uma viagem para além do conhecimento, dentro do projeto de Leitura trabalharemos não só as práticas das Literaturas, mas, levaremos juntamente com os envolvidos, a produção coletiva de outros livros, confeccionados por eles mesmos.

As etapas de produção dos livros serão respeitadas, sendo assim, dividiremos a turma de acordo com o que sabe e precisa aprender.  Etapas como: redação do texto, revisão, ilustração, acabamento, mostra cultural serão respeitadas e os livros produzidos posteriormente serão adcionados à biblioteca do PETI.

As mudanças acontecem de dentro para fora, portanto, estaremos trabalhando com os sujeitos envolvidos no protejo temas reacionados a mudança de hábitos e a conscientização sobre higiene pessoal e local, para só então fazer o dia D, dia da limpeza interna do espaço e ajustes (pintura, organização e outros).

Um ambiente melhor será a discussão que vai permear também execução do projeto. A preservação da água, das espécies animais, enfim, do ambiente, serão temas trabalhados nas leituras e construções do texto.





6. REFERÊNCIAS

FREIRE, P. A importância do Ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Cortez, 1982.

SANTOS, Carlos; (et.al). Empreendedorismo: Proposta Curricular para o Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Sergipe. Sergipe: 2ª Ed. SEBRAE, 2006.

YUNES, Eliana; OSWALD, Maria Luiza (orgs.). A experiência da leitura. São Paulo: Loyola, 2003.


LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). Disponível em: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/peti. Acessado em 24.05.2012.